Um espaço para postar minhas loucuras, meus poemas e assim compartilhar um pouco dessa angústia, que é a vivência, pois só a dor é capaz de nos fazer retornar à nossa essência de vida
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
seca
Eu fico sem saber o que fazer
Teus olhos inundados em lágrimas
Mais parecem lagoa de solidão...
Nada mais faz sentido pra nós
Você não me procura mais
E eu com medo de te perder
Ignoro teu silêncio e adormeço calado.
Ofereço-te uma linda canção
Você agradece sem emoção
E diz que tem que ir cozinhar feijão.
Nada que eu faça te faz sorrir
Meus beijos não despertam mais teu desejo
E meu coração sofre essa seca dos teus beijos...
(Eu já não sei o que faço pra você ver
Que eu te amo cada dia mais, hoje muito
Mais que ontem! E que essa tua ausência
Me mata, eu preciso te sentir novamente
Eu preciso te amar e sentir o teu calor
Eu só preciso do teu amor
Teu amor é tudo o que eu preciso!)
EDSON SOUSA
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
TRINDADE
A verdadeira trindade humana
Sabemos que há tempo para tudo
E quando é chegada a hora
Não há como fugir
O amor vem e nos arrebata
O amor diviniza a alma
Mas também a lança no inferno
Simplesmente por ser amor e amar
Se tudo der errado
O tempo vem novamente
E ameniza a dor deixada
Por um amor mal resolvido
E com o tempo tudo o que resta
São cicatrizes por trás da dor
Passada a tempestade
Mais uma vez vem o tempo
E nos mostra que não conhecemos
Nem a nós mesmos
Pois o que pensávamos ser amor
Nada mais era que uma simples paixão.
Edson Sousa
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
SOZINHO
Eu tanto andei a te procurar
Por todos lugares eu quis te encontrar
Mas não te encontrando
Vaguei pelas ruas e nos meus desenganos
Só a solidão era minha fiel companheira
De tanto sofrer desacreditei no amor
Amargurado eu me escondi dentro de mim
Se meu coração hoje é uma geleira
Foi por te amar demais
Te conheci apenas de nome
Mas nunca consegui te encontrar
Minha dor maior foi por acreditar
Dor que aumentou ao deixar de acreditar
Eu estou muito cansado
Eu preciso te encontrar, sentir o teu abraço...
Te sentir entre os meus braços
Todo mundo sabe, mas ninguém sabe de nada!
Eu tenho medo de nunca te encontrar
Solidão eu te conheço bem
E não quero mais você
Um louco não sabe o quer
Mas sabe que com você a vida não é...
Um louco chora sozinho
Mas na sua loucura têm
Fantasmas, amigos e amores por companhia!
Ninguém é tão só como eu
Não tenho nem a mim como companhia
Sozinho eu não consigo te encontrar
Acho que eu preciso te esquecer
Não! Aliás, é melhor eu esquecer de mim!
E continuar a vagar pelas minhas estradas
Só... Sozinho... Completamente só...
EDSON SOUSA
ANTES DE TE CONHECER
Antes de te conhecer
Meu mundo era vazio e deserto
Meu riso era triste e sem graça
Um nada, assim era eu.
Antes de te conhecer
Andei a ermo por lugares triste
Cavernas e labirintos dentro de mim
Faziam-me escravo da solidão.
Antes de te conhecer
Eu não sabia que a vida existia
E nem que eu podia ser feliz.
Antes de te conhecer
Eu também não me conhecia
Eu não sabia que o amor existia!
Edson Sousa
terça-feira, 12 de agosto de 2008
TRAGÉDIA
Eu já me cansei de tudo isso aqui
Não quero mais mentir
Não sou o que você vê
Esse meu riso é dor
Toda minha vida é um teatro
Um circo de ilusões
Eu crio fantasias pra sobreviver
Hoje eu vejo minha vida passar
Como que fosse um filme de TV
Em que eu sou o ator, diretor e,
Espectador da minha própria tragédia
Eu me cansei e já não quero mais...
Eu quero a noite com todo seu esplendor
Eu quero o cantar dos pássaros
Eu quero do jardim a mais bela flor
Eu quero a vida bem vivida
E dessa vida eu só quero o teu amor.
Edson Sousa
quinta-feira, 26 de junho de 2008
DIFERENÇAS
Pra quê me perguntar?
Se você vai do mesmo jeito que veio
Se pra você “nós dois” não existe
Você sempre tem razão
“Nosso desejo” é o seu desejo
Pra quê me consultar?
Se a minha voz não fala nada
Você já tomou sua decisão
Escolheu suas próprias verdades
O meu café está esfriando
Preciso de um cigarro
Não temos nada em comum
Você diz sim e eu digo não
Eu digo não e você foge de mim
Meu amor! Por quê tantos porquês?
Aonde vamos chegar?
Eu te vejo chegar e te vejo sumir
E sei que nada mais será como antes
A vida foge da gente
Quando a gente não ama
E a gente foge e se esconde da gente
Meu amor! Só com você eu sinto paz
Mas se você for, eu não choro mais...
Eu tenho que entender
Nossos caminhos se cruzaram
E é só isso, nada mais...
Edson Sousa
sábado, 24 de maio de 2008
PRIMAVERA
Você foi o meu primeiro amor
Prima, Prima-Vera
Com os botões abrindo em flor
Prima, Prima-Vera
Lembro-me de ti com esplendor
Prima, Prima-Vera
Volte e me traga aquela flor
Prima, Prima-Vera
Ninguém vive sem amor
Prima, Prima-Vera
Era primavera quando você chegou!
Edson Sousa
23/05/2008
quinta-feira, 8 de maio de 2008
SEGREDOS
Quem vai saber?
Se você se esconde dentro deles!
Quem vai ouvir, as suas vozes e seus gritos?
Me conte seus velhos segredos
Liberte suas feras, não tenhas medo!
Saia para rua e grite comigo!
A gente erra e faz a revolução
A gente ama e perde a guerra
A gente foge e a gente ama
Não seja poeta, seja amante!
Beba, caia, chore, cante e grite...
Caia no ridiculo e não tenhas medo!
Não minta para você mesmo...
Não caia neste ridiculo!
Liberte suas feras e viva tranquilo.
Edson Sousa
terça-feira, 22 de abril de 2008
...DO AMOR QUE TIVE!
Hoje remexendo em coisas antigas
Encontrei uma fotografia tua
O pranto foi imediato
Não consegui me conter
Mesmo todo esse tempo distante
Não me conseguiu fazer esquecer
De você nem por um instante
Hoje eu vivo só de lembranças
E choro ao lembrar desse amor
Que um dia eu acreditei seria pra sempre
Às vezes eu bebo e grito teu nome
Me desespero e caio em prantos
Os anos se passaram e meu olhar envelheceu
Mas esse amor... Parece um menino
Que teima em pulsar no meu peito
Transformando meus dias em noites
E minhas noites em pesadelos sem fim
O meu amor não envelhece
Não morre, nem para de doer!
A solidão e a saudade são minhas companheiras
Olhando essa fotografia lembro-me
O tanto que a gente se amou
O tanto que fomos felizes
E fico sem entender
Porque estou tão sozinho?
Porque você se foi?
Porque não estás aqui comigo?
Porque, me diga porquê?
Se eu só quis te amar
Eu só queria ser feliz
E minha felicidade só vem de você
Vem me dizer que ainda me ama!
Nem que seja mentira
Minta! Mas me devolva o sorriso
Que um dia você tirou de mim...
Para que quando eu tiver que partir
Eu parta feliz e sorrindo
Acreditando no amor que tive.
Edson Sousa
terça-feira, 8 de abril de 2008
ÓCIO
Eu venho na força
Eu venho na raça
Eu venho na onda
Eu entro de graça
Eu vivo sem grana
Eu fico na esquina
Bebendo cachaça
Eu vivo sozinho
Eu venho com todos
Todos juntos comigo
O mundo é de todos
Todo mundo sabe tudo
Ninguém sabe de nada
Eu ando bem vestido
Eu vivo sem roupa
Eu chego na hora
Eu sempre me atraso
O ócio é o negócio
O negócio é viver do ócio.
Edson Sousa
segunda-feira, 24 de março de 2008
ABORTO
Eu fico louco e não consigo dormir
As ruas estão cheias de lodo
Minha cabeça vai explodir
Eu ouço até o que não me diz
Eu falo e você não quer me ouvir
É mais fácil fingir
Pego um carro e vou pelas estradas
Sou atropelado pelo meu ego
Te invento, te quero e te desprezo
Eu não quero isso aqui!
Eu nunca ando sozinho
A minha sombra sempre me acompanha
Meu corpo está cada vez mais apertado
Dominado pelos invasores de marte
Meu pai é apenas uma fumaça
Minha mãe já me abortou
Eu me despeço e sigo viajem
Pelo caminho... Gnomos e fadas!
Mas o meu céu está cinza
E eu não encontro teus lábios
Olho pra mim e sinto nojo
Uma desgraça vejo surgir
Fecundada nessas entranhas tão estranhas
O jogo ainda nem começou
E já deu game over
Eu me despeço e sigo viajem
Pelo caminho... Gnomos e fadas!
sexta-feira, 14 de março de 2008
Oração a São Jorge Guerreiro
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Corpo Fechado
Eu tenho meu corpo fechado
não posso fugir eu vou à luta
Eu carrego as marcas da dor
Trago nas mãos uma flor
Para te dar oh! meu amor
Depois da guerra o homem
Depois do homem a flor
O choro e a dor
O passado é corpo presente
O futuro um tiro no escuro
E a incerteza na mente
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
GENTE
Hoje, eu sou um cadáver
E o que sangra , não é
O assassinato de seu João
Nem é menstruação
Hoje não há lágrimas!
Só, o meu corpo podre
Que se estende nessa lápide
Hoje! Eu sou mais que cadáver
Eu sou defunto vivo
Sou carne apodrecida
Sou resto de comida
E esse meu cheiro de azedo
Te faz vomitar as tripas
Hoje! Não é sangue
É pus!
Que escorre pela boceta
Hoje! O que sangra
É a cabeça!
Alastrada de feridas
Hoje! A língua arde
E não é pimenta
É coceira!
É língua, é pica... é boceta
É mijo, é caganeira
Hemorróida no cu que sangra
Mas hoje!
O que sangra?
Não é sangue...
Não é lágrima...
Nem é ferida
O que sangra?
É gente...
É vida esquecida.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Prisioneiro
Um desejo e um beijo
A boca exposta a tuas mentiras
Teus lábios, veneno e mel
Me fazem prisioneiro desse amor
Você me provoca, me irrita e me fascina
És o meu vicio e minha cura
Te entrego toda minha alma
Eu queria ter mais para te dar
Você rouba a minha paz
E nega-me os teus beijos
Viciado que sou saio a tua procura
Endoidecido eu penso te ver
Você vem e arrasa comigo
O teu prazer é tão falso quanto teus beijos
Eu minto que acredito
E me rendo às tuas carícias
Prisioneiro que sou, não tenho como fugir
A clareza do sol ofusca minha vista
Eu me acostumei a ver a vida
Pelo brilho da tua retina
Você me ama e me mata
Eu morro e te amo mais...
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
para que não me veja chorar
Não permitirei que você me veja chorar
Por isso eu peço vá se embora
Você já machucou demais
Logo eu que só quis te dar abrigo
Você me têm como seu pior inimigo
Não respeitando a quem te deu um lar
Por isso eu peço vá se embora
Que meu coração é vagabundo
E te ama mesmo apesar de tudo
E eu sei que vou chorar
E mesmo que meu coração fique em pedaços
Não permitirei que você me veja chorar
Você errou demais comigo
E hoje nem que eu vá para o inferno
Não te darei o meu perdão
Você tem que aprender
Que até mesmo o maior amor do mundo
Um dia se cansa de tanto apanhar
E que o amor nesse momento
Se transforma em desventura
Pode ser que amanhã
Meu coração já não se agüente
E te implore pra voltar humildemente
Pro aconchego do nosso lar
Mas hoje eu só lhe peço um favor
Vá se embora e não me diga nada
Que eu só não quero que me vejas chorar.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
O Grande Circo Invisível
Palhaços pulam do picadeiro
Saltam cambalhotas, fazem palhaçadas!
No meu circo de ilusões
Uma criança sorri
E o riso é dor no meu peito
Com o rosto pintado
Disfarço a lágrima que cai
O amor e o sonho sempre distantes
E o suor que escorre da minha testa
São gotas de sangue em ebulição
A tinta do meu rosto e o sal de minhas lágrimas
Penetram meu corpo pelos meus poros
E se misturam na minha corrente sanguínea
Então meu coração chora
A inocência perdida daquela criança
E a realidade do que sou agora
Sem amor e sem sonhos
Sem choro e sem risos
Apenas um imenso vazio
E o silêncio de um circo
Sem palhaço e sem platéia.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
A LOUCURA E O HOMEM
O homem é fruto da loucura de Deus e Deus é o fruto da loucura do homem. Sim, a loucura é a verdadeira essência do homem, se não fosse assim, o prazer do homem não seria associado a todas essas coisas loucas como; sexo, amor, drogas e risos frente ao ridículo, todos gostam e precisam de pelo menos, uma dessas coisas para se sentirem vivos, e isso, não é nada mais do que, uma das milhares de faces da loucura.
Não estou aqui, de forma alguma, querendo entrar no mérito ou na questão criador/criatura, muito menos menosprezando ou enaltecendo um ou outro, a questão é se, somos filhos da loucura de Deus, somos loucos por essência e sendo assim, na nossa loucura foi que criamos o nosso Deus.
Quem não gosta de rir é tido como triste, amargo, um louco! Sendo a natureza e o mundo tão lindos para se viver, pra quê perder tempo com tristeza? Porém, o riso só é provocado por algo trágico, ridículo! Ou seja, da loucura. Pois o trágico e o ridículo seria motivo para choro e não para o riso, nesse momento é que se vê a inversão das coisas, e essa é a função da loucura, a confusão de todas as coisas, de todos os sentidos. Quem ri da sua própria desgraça é louco e quem não ri também é louco por se deixar abater.
Sexo! Nascemos através dele e passamos maior parte da nossa vida em função dele, salvo algumas “exceções”, sejamos gays, lésbicas ou heteros, todos praticamos e amamos o sexo. Não é por isso que nos casamos? Ou alguém já viu algum casamento em que não haja o desejo do sexo? Não que o casamento seja resumido a sexo, mas o sexo é essencial no casamento. E existe algo mais louco do que o sexo? As pessoas no ato do sexo, reviram os olhos, grudam-se um no outro como se um, quisesse ser o outro e vice-versa, perdem totalmente a vergonha de seus defeitos e outras coisas, falam coisas sem sentidos e o objeto mais desejado (quase endeusado) nesse momento é a genitália, que em momentos fora desse ato é sempre visto como objeto de nojo e vergonha, não é por isso que usamos roupas? As pessoas no ato do sexo ficam como loucos em convulsões.
As drogas quer seja álcool, cocaína, maconha... Ou um simples cigarro, afetam nossos sentidos além de prejudicarem também o físico, provocando doenças como câncer e outras doenças mais, no entanto é algo procurado por muitos no mundo inteiro e porquê que o homem gosta de algo que prejudica tanto? Justamente pelo fato dela afetar os sentidos fazendo com que façamos coisas loucas, que em estado “normal” não faríamos por medo do ridículo e geralmente as pessoas nesse estado sempre ficam alegre, pois nesse momento elas retornam à sua essência e se tornam loucas.
E nada mais louco e ridículo do que o amor, tão louco que até os dias de hoje a melhor definição encontrada, foi uma grande contradição do poeta Camões que diz: “o amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente...”, as pessoas quando amam (isso o “amor sadio”) são capazes de morrer por quem amam e pra quê loucura maior do que essa? Deixar de viver para que outro viva em seu lugar, sendo que a morte ainda é uma incógnita para nós, ou seja, o amor é um tiro no escuro e isso é a coisa mais louca que pode existir.
Acreditar em Deus é uma loucura, acreditar no que não se pode vê e não acreditar também é uma loucura, pois seria acreditar no nada, e “nada” não existe, ou seja, Deus, amor, sexo, drogas, o riso... Tudo isso é loucura e a essência do homem é a loucura, pois o homem depende disso para ser feliz, necessita do ridículo e da loucura para voltar a Deus, pois somos feitos à sua imagem e semelhança.“Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia”. (I Cor 3 : 19).
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
AS TRÊS PENEIRAS
Conta-se que, um dia, um amigo foi procurar Sócrates, o célebre filósofo grego, desejando contar-lhe uma ``coisa`` sobre a vida de um outro amigo comum.
Quero te contar algo sobre o nosso amigo Andréas que vai te deixar boquiaberto.
Espera – interrompeu o filósofo. Passaste isso que vais me contar pelas três peneiras?
Três peneiras? – indagou o interlocutor – Que três peneiras?
Primeira peneira: a ``coisa`` que vai me contar é verdadeira?
Eu assim creio, pois me foi contada por alguém de confiança – respondeu o amigo.
Bem, alguém te disse... Vejamos a Segunda peneira: a ``coisa`` que tu pretendes me contar é boa?
O outro hesitou, titubeou e respondeu:
Não exatamente.
Sócrates continuou sua inquisição:
Isso começa a me esclarecer, verifiquemos a terceira peneira, que é a prova final: o que tu tinhas a intenção de me contar é de utilidade tanto para mim como para nosso amigo Andréas, e para ti mesmo?
Não, não e não.
Então, meu caro – disse Sócrates – a ``coisa`` que tu pretendias me contar não é certamente verdadeira, nem boa, nem útil. Assim, não tenho a intenção de conhecê-la e aconselho-te que não procures veiculá-la.
A cada dia, somos alvos de pessoas com grande desejo de contar-nos ``coisas`` a respeito dos outros. Devemos procurar fazer o ``teste das três peneiras``.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
AMOR
Corroeu meu peito - caminho estreito
E depois de tanto estrago
Simplesmente matou-me.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
VAGABUNDO – BYRON
Eu durmo e vivo no sol como um cigano
Fumando meu cigarro vaporoso
Nas noites de verão namoro as estrelas
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
Ando roto! Sem bolso nem dinheiro
Mas tenho na viola uma riqueza
Canto à lua de noite serenatas
E quem vive de amor não tem pobreza
Não invejo a ninguém, nem ouço a raiva
Namoro e sou feliz nos meus amores
Tenho por meus palácios as longas ruas
Quando bebo, sou rei como um poeta
E o vinho faz sonhar com os amores
Minha pátria é o vento que respiro
Minha mãe é a lua (macilenta)
Escrevo na parede as minhas rimas
Abro meu peito ao sol e durmo à lua
Sou filho do calor, odeio o frio!
Não creio no diabo nem nos santos
Rezo a Nossa Senhora, e sou vadio!
Edson Sousa - Adaptação
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
palhaço
O que é meu, já não quero mais
Nem posso querer aquilo
O que é meu é parte daquilo
Faço birra e durmo tranqüilo
Não quero escutar teu choro
Nem posso subir o morro
Vendo balas e drogas letais
Não sou poeta e nem te amo mais
Faço rimas e subo no trem
E à noite eu penso em você meu bem
Escondo o rosto, a policia já vem
A noite é fria, o silêncio convém
Não sou daqui, mas até que me saio bem
Com esse cheiro de amor e dor
O ódio cegou a vida
O tempo cegou o ódio
O ódio voltou com o tempo
A vida morreu de ódio
Espelhos grandes e tetos de vidros
Condenam-me a todo o momento
Meu corpo estendido, a vida escorrendo
E o caos no acostamento
Partido em pedaços
Corro pelado e descalço
Ao encontro daquele presidiário
Preso em meu apartamento
Com os olhos cheios de lágrimas
Me despeço sorrindo como palhaço
Caminhando triste e solitário.
Edson Sousa
BRASIL
Quero mais uma vez
Cagar nos teus seios
Penetrar em tua vagina
E gozar na tua boca
Aos teus filhos que choram por leite
Darei o prazer
De saborearem minha pôrra
Deslizarei minha mão devagar
Sob tuas nádegas
Que batem palmas ao me ver passar
Sugarei tuas forças
Num ato intenso de prazer
Depois com desprezo te abandonarei
Pois este é o único
Prazer de quem te U.S.A. e abusa
Deixando-te apenas
Aos vermes do teu próprio ventre
E tu voltarás a ser a mesma
Imbecil, inútil e desvalida
República Brasileira.
GENTE
Hoje, eu sou um cadáver
E o que sangra , não é
O assassinato de seu João
Nem é menstruação
Hoje não há lágrimas!
Só, o meu corpo podre
Que se estende nessa lápide
Hoje! Eu sou mais que cadáver
Eu sou defunto vivo
Sou carne apodrecida
Sou resto de comida
E esse meu cheiro de azedo
Te faz vomitar as tripas
Hoje! Não é sangue
É pus!
Que escorre pela boceta
Hoje! O que sangra
É a cabeça!
Alastrada de feridas
Hoje! A língua arde
E não é pimenta
É coceira!
É língua, é pica... é boceta
É mijo, é caganeira
Hemorróida no cu que sangra
Mas hoje!
O que sangra?
Não é sangue...
Não é lágrima...
Nem é ferida
O que sangra?
É gente...
É vida esquecida.