Hoje, eu sou um cadáver
E o que sangra , não é
O assassinato de seu João
Nem é menstruação
Hoje não há lágrimas!
Só, o meu corpo podre
Que se estende nessa lápide
Hoje! Eu sou mais que cadáver
Eu sou defunto vivo
Sou carne apodrecida
Sou resto de comida
E esse meu cheiro de azedo
Te faz vomitar as tripas
Hoje! Não é sangue
É pus!
Que escorre pela boceta
Hoje! O que sangra
É a cabeça!
Alastrada de feridas
Hoje! A língua arde
E não é pimenta
É coceira!
É língua, é pica... é boceta
É mijo, é caganeira
Hemorróida no cu que sangra
Mas hoje!
O que sangra?
Não é sangue...
Não é lágrima...
Nem é ferida
O que sangra?
É gente...
É vida esquecida.
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