O que é meu, já não quero mais
Nem posso querer aquilo
O que é meu é parte daquilo
Faço birra e durmo tranqüilo
Não quero escutar teu choro
Nem posso subir o morro
Vendo balas e drogas letais
Não sou poeta e nem te amo mais
Faço rimas e subo no trem
E à noite eu penso em você meu bem
Escondo o rosto, a policia já vem
A noite é fria, o silêncio convém
Não sou daqui, mas até que me saio bem
Com esse cheiro de amor e dor
O ódio cegou a vida
O tempo cegou o ódio
O ódio voltou com o tempo
A vida morreu de ódio
Espelhos grandes e tetos de vidros
Condenam-me a todo o momento
Meu corpo estendido, a vida escorrendo
E o caos no acostamento
Partido em pedaços
Corro pelado e descalço
Ao encontro daquele presidiário
Preso em meu apartamento
Com os olhos cheios de lágrimas
Me despeço sorrindo como palhaço
Caminhando triste e solitário.
Edson Sousa
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