quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

AS TRÊS PENEIRAS

Conta-se que, um dia, um amigo foi procurar Sócrates, o célebre filósofo grego, desejando contar-lhe uma ``coisa`` sobre a vida de um outro amigo comum.

Quero te contar algo sobre o nosso amigo Andréas que vai te deixar boquiaberto.

Espera – interrompeu o filósofo. Passaste isso que vais me contar pelas três peneiras?

Três peneiras? – indagou o interlocutor – Que três peneiras?

Primeira peneira: a ``coisa`` que vai me contar é verdadeira?

Eu assim creio, pois me foi contada por alguém de confiança – respondeu o amigo.

Bem, alguém te disse... Vejamos a Segunda peneira: a ``coisa`` que tu pretendes me contar é boa?

O outro hesitou, titubeou e respondeu:

Não exatamente.

Sócrates continuou sua inquisição:

Isso começa a me esclarecer, verifiquemos a terceira peneira, que é a prova final: o que tu tinhas a intenção de me contar é de utilidade tanto para mim como para nosso amigo Andréas, e para ti mesmo?

Não, não e não.

Então, meu caro – disse Sócrates – a ``coisa`` que tu pretendias me contar não é certamente verdadeira, nem boa, nem útil. Assim, não tenho a intenção de conhecê-la e aconselho-te que não procures veiculá-la.

A cada dia, somos alvos de pessoas com grande desejo de contar-nos ``coisas`` a respeito dos outros. Devemos procurar fazer o ``teste das três peneiras``.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

AMOR

O amor tão belo e tão cruel
Corroeu meu peito - caminho estreito
E depois de tanto estrago
Simplesmente matou-me.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

VAGABUNDO – BYRON


Eu durmo e vivo no sol como um cigano

Fumando meu cigarro vaporoso

Nas noites de verão namoro as estrelas

Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!

Ando roto! Sem bolso nem dinheiro

Mas tenho na viola uma riqueza

Canto à lua de noite serenatas

E quem vive de amor não tem pobreza

Não invejo a ninguém, nem ouço a raiva

Namoro e sou feliz nos meus amores

Tenho por meus palácios as longas ruas

Quando bebo, sou rei como um poeta

E o vinho faz sonhar com os amores

Minha pátria é o vento que respiro

Minha mãe é a lua (macilenta)

Escrevo na parede as minhas rimas

Abro meu peito ao sol e durmo à lua

Sou filho do calor, odeio o frio!

Não creio no diabo nem nos santos

Rezo a Nossa Senhora, e sou vadio!

Edson Sousa - Adaptação

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

palhaço


O que é meu, já não quero mais

Nem posso querer aquilo

O que é meu é parte daquilo

Faço birra e durmo tranqüilo

Não quero escutar teu choro

Nem posso subir o morro

Vendo balas e drogas letais

Não sou poeta e nem te amo mais

Faço rimas e subo no trem

E à noite eu penso em você meu bem

Escondo o rosto, a policia já vem

A noite é fria, o silêncio convém

Não sou daqui, mas até que me saio bem

Com esse cheiro de amor e dor

O ódio cegou a vida

O tempo cegou o ódio

O ódio voltou com o tempo

A vida morreu de ódio

Espelhos grandes e tetos de vidros

Condenam-me a todo o momento

Meu corpo estendido, a vida escorrendo

E o caos no acostamento

Partido em pedaços

Corro pelado e descalço

Ao encontro daquele presidiário

Preso em meu apartamento

Com os olhos cheios de lágrimas

Me despeço sorrindo como palhaço

Caminhando triste e solitário.

Edson Sousa

BRASIL





Quero mais uma vez

Cagar nos teus seios

Penetrar em tua vagina

E gozar na tua boca

Aos teus filhos que choram por leite

Darei o prazer

De saborearem minha pôrra

Deslizarei minha mão devagar

Sob tuas nádegas

Que batem palmas ao me ver passar

Sugarei tuas forças

Num ato intenso de prazer

Depois com desprezo te abandonarei

Pois este é o único

Prazer de quem te U.S.A. e abusa

Deixando-te apenas

Aos vermes do teu próprio ventre

E tu voltarás a ser a mesma

Imbecil, inútil e desvalida

República Brasileira.

GENTE

Hoje, eu sou um cadáver

E o que sangra , não é

O assassinato de seu João

Nem é menstruação

Hoje não há lágrimas!

Só, o meu corpo podre

Que se estende nessa lápide

Hoje! Eu sou mais que cadáver

Eu sou defunto vivo

Sou carne apodrecida

Sou resto de comida

E esse meu cheiro de azedo

Te faz vomitar as tripas

Hoje! Não é sangue

É pus!

Que escorre pela boceta

Hoje! O que sangra

É a cabeça!

Alastrada de feridas

Hoje! A língua arde

E não é pimenta

É coceira!

É língua, é pica... é boceta

É mijo, é caganeira

Hemorróida no cu que sangra

Mas hoje!

O que sangra?

Não é sangue...

Não é lágrima...

Nem é ferida

O que sangra?

É gente...

É vida esquecida.


Lua de São Jorge

Lua de São Jorge
Lua Cheia diz pra São Jorge pra deixar de ciúmar, noite inteira colho estrelas do brilho do teu olhar, quando o vento dá saudade bate e me transforma em solidão debruçado nesse açoite num galope de paixão, pulo dia, salto noite, pouso no teu coração. Zeca Tocantins

Palhaço

Palhaço
"O mundo sempre foi um circo sem igual onde todos representam bem ou mal, onde a farsa de um palhaço é natural". Antônio Marcos

Minha triste partida de Imperatriz

Minha triste partida de Imperatriz
Foi uma vez numa triste tarde de novembro, logo eu parti e aos poucos te perdi de vista e viajar foi como morrer, só de saber que na manhã seguinte estaria assim tão distante, não veria mais o teu sorriso, a morte rondou minha cabeça e conter tanta dor foi preciso. Amanheci era um dia triste ainda em novembro, te busquei em vão e aos poucos lembrei da viagem, mas estar aqui é como nem estar, pois estás sempre comigo, é que no meu coração, o pensamento guiando a saudade voa qualquer légua pra estar com as pessoas que mais amo. Erasmo Dibel

Mesmo Sofrendo

Mesmo Sofrendo
Você pode até me criticar por eu sofrer assim, mas a verdade é que quem ama, sofre mesmo pra valer. O amor é sofredor, ele devasta os corações e quando vem a solidão, faz sofrer e faz doer. Quem nunca amou, não sofreu, não chorou... não viveu nada bom! Porque mesmo com a dor, o amor ainda é o nosso melhor! Somos amor e desejo, desejo e paixão. Somente o amor ...faz feliz o coração

AMIGAS INTIMAS

AMIGAS INTIMAS
Nada mais é tão estranho/Depois daquele beijo suave/Que estremeceu meu corpo/Minha língua em teus seios/Tua boca em minha língua/Frágeis corpos entrelaçados/Queimando em seus desejos/Teus lábios de morango/Beijando meu pescoço/E percorrendo todo o meu corpo/Fazendo-me enlouquecer/Tuas mãos agarrando meus cabelos/Me conduzindo ao delírio/Nada mais é tão estranho/Éramos apenas amigas/Tuas curvas tão iguais às minhas/E tua língua tão molhada/Por entre minhas pernas/Penetrava o mais profundo/Dos desejos de minha alma/Nada mais é tão suave/O prazer explode em mim/Na amiga encontrei a amante/Teu corpo junto ao meu/Fogo que degela todo Pudor/Força que só se encontra/Nos braços do amor/E nos carinhos de uma mulher/Nada mais é tão forte/Somos amigas íntimas.

O ARTISTA

O ARTISTA
O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda. Nelson Rodrigues